A gestão escolar constitui-se num desafio diário de responder às
demandas de uma sociedade plural e em constante mudança, para a qual necessita
de professores que possam ajudar a desenvolver novas competências. Chamamos
desafio em virtude que grande parte dos docentes ainda desenvolvem ações
subsidiárias ao modelo taylorista de organização do trabalho: mecanizada e
tecnicista. A competência do gestor está na capacidade de promover um processo
coletivo de incentivo à aprendizagem constante de todos os atores educacionais,
levando-os à revisão e re-elaboração de suas propostas de trabalho, da proposta
pedagógica institucional e dos saberes que lhe são decorrentes.
Notamos por outro lado, que várias organizações desenvolvem
ações relativas à prática de uma educação não-formal, no que costumamos a
chamar de Educação Corporativa. Instalada, primeiramente, na agenda de
organizações privadas que, na busca pela atualização tecnológica permanente,
ampliação de mercados e maximização de lucros, destacaram o investimento na
formação profissional de seus trabalhadores como estratégia essencial para o
alcance destes objetivos.
A Educação Corporativa é definida como conjunto de ações
educacionais promovidas no ambiente de trabalho, com vistas ao desenvolvimento
de competências humanas, convergentes com as competências organizacionais. É
nesse sentido que a escola, no meu entendimento, tem que se apropriar de sua
própria missão para educar educadores, elaborando, alinhando e permanentemente
avaliando seus objetivos educacionais em conjunto com docentes, alunos e
administração escolar.
A organização de um programa de Educação Corporativa dentro
da organização escolar deve propiciar esta tarefa. Ali, a Educação Corporativa
fará sentido quando desenhada para atendimento às demandas da sociedade em
geral, principalmente ao desenvolvimento de novas formas de ensino-aprendizagem: mais atrativas,
interativas e cooperativas.
Além disso, é preciso entender que é na escola que as
mudanças comportamentais e ambientais se processam com maior fluidez e
evidência nos alunos. É bem provável que estes tragam novas demandas e, por
isso, educadores devem acolhê-las da forma mais adequada. Programas de Educação
Corporativa na escola devem dar conta desta necessidade e seus gestores podem
colaborar ao desenhá-lo através da escuta ativa de alunos e docentes.
Pesa a favor da Educação Corporativa na escola o fato de que
quase nenhum custo ou expertise adicional significativa seja necessário. Pelo
fato de seu objetivo central ser educação, a organização escolar já possui boa
parte de todo material físico e humano necessário para se trabalhar com a
aprendizagem coletiva interna. O aproveitamento de próprio ambiente escolar
como salas de aula, laboratórios de informática e biblioteca reduz
significantemente o orçamento destinado à Educação Corporativa, quando
comparado a orçamentos para esta finalidade em organizações não-escolares.
Penso que desta forma, o papel da gestão educacional seja
essencial ao propiciar participação e envolvimento dos atores educacionais.
Mais que qualquer outra, deve ser a escola, por ofício, a organização que
sempre aprende (como diz Peter Senge) e cabe aos gestores educacionais iniciar este processo, levando a docentes e alunos debates acerca
da melhor proposta pedagógica para sua escola, sobretudo desenvolvendo neles
todo potencial para a assimilação, a crítica ou envolvimento de novas demandas
da sociedade atual.
Rodrigo, muito bacana teu blog!
ResponderExcluirAinda não me aprofundei na pesquisa sobre educação corporativa na escola formal como você, mas o suficiente para perceber o quanto o tema carece de atenção.
Gostei muito da tua referência às expertises que a escola já tem e o quanto isso a coloca à favor de um bom trabalho de educação corporativa. É justamente assim que eu penso... Temos um potencial incrível para alavancar novas propostas em gestão, precisamos acreditar e agir!
Obrigado Angeli!
ExcluirEspero escrever muita coisa ainda sobre este tema.
Um abraço!
Rodrigo, muito bom o texto! Me fez refletir como educadora e também gestora educacional. Vejo que a educação corporativa, como destacado, está mais próximo dos espaços das instituições privadas, entretanto, questiono, para reflexão, como aproximá-la das instituições públicas?
ExcluirMarina Caprio
Muito boa a postura adotada no texto. É, realmente, paradoxal a resistência – ativa e passiva – que se encontra, sempre que se dispõe à criação de programas de educação continuada ou de reciclagem no âmbito escolar.
ExcluirA tensão entre o educativismo e o produtivismo, ou entre as visões propedêutica e tecnicista da educação, fica bem clara quando falamos em educação corporativa nas escolas. É necessário superar isto.
ExcluirUm abraço e obrigado pelas contribuições!
Estou lendo teus textos... muito bons! parabéns! Levam ao pensar crítico. E toda vez que isso acontece estamos nos reciclando.
ExcluirBoa noite.
ResponderExcluirEstou publicando em meu blog o endereço de seu link.
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