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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Prevendo o futuro


Um dos desafios da educação profissional é o de acompanhar a velocidade e a natureza das mudanças que ocorrem no mundo do trabalho. Muito se diz que o que se ensina a um aluno de do 1º ciclo de ensino muito provavelmente estará desatualizado antes mesmo de este aluno concluir o seu curso, tamanho é o ritmo das descobertas de tecnologias que impactam significamente a sociedade e a educação. Afinal, como se antecipar ao futuro da educação profissional num mundo extremamente volátil?





Em recente palestra realizada no Congresso Educar Educador, em São Paulo, o professor e pesquisador Sebastião Lopes Netto, Diretor do IIEP (Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas) ressaltou algumas questões que estão fora da pauta, quando o assunto é educação profissional e o futuro do trabalho. A história mostra que o surgimento de novas tecnologias ou “ondas” tecnológicas teve conseqüências drásticas sobre as relações de trabalho e emprego. O estágio atual de desenvolvimento tecnológico já apresenta indícios de uma grande mudança: a chegada de uma nova “onda” que merece ser considerada para diversos efeitos, sobretudo seus impactos no mundo do trabalho.

Muito se fala dos benefícios do desenvolvimento de produtos e avanços gerados através da tecnologia da informação, da nanotecnologia, das neurociências e da biotecnologia. Mas quais são os impactos que estas tecnologias trazem à saúde das pessoas, ao meio ambiente e sobretudo, ao mundo do trabalho?


Tomamos como exemplo a nanotecnologia, baseada na modulação da matéria através dos átomos. Os produtos nano (seu celular, por exemplo) são mais eficientes, mais multifuncionais, demandam menor diversidade de matérias-prima, além de possuírem maior vida útil (e menor tamanho). Ótimo, não? Porém, diversas consequências podem ocorrer na relação nanotecnologia x trabalho, uma vez que se muda a forma, a maneira como a matéria é manipulada, inclusive absorvendo maiores propriedades destes materiais, numa escala atômica.


No aspecto socioeconômico, hoje, 80% das pesquisas e patentes em nanotecnologia estão nas mãos dos países e das corporações mais desenvolvidas do planeta. Os produtos nano possuem aplicação em diversos setores (medicina, telecomunicações, química, física, engenharia, etc.) e em uma ampla área geográfica.

É evidente que as novas tecnologias que dão o atual contorno do desenvolvimento econômico impactam na organização do trabalho e na formação do trabalhador. Efeitos serão sentidos nos salários, nas habilidades e qualificações profissionais que passam a ser exigidas, além na própria distribuição espacial do trabalho (casa x web x fábrica).

É preciso que a educação profissional se transforme para atender este novo ciclo de desenvolvimento. Devemos passar de meros centros de formação profissional para centros de produtividade, com participação do Estado, setor produtivo e sindicatos de trabalhadores.  Investimentos em educação e pesquisa são pra ontem...

O que dará a tônica da educação profissional no país e no mundo é a inovação, o empreendedorismo, a criatividade e o incansável “aprender a aprender” (só ver o estímulo dado pelo programa “Ciência sem Fronteiras”). Assim, ajudaremos o país a direcionar os faróis à efetiva pesquisa e desenvolvimento, envolvendo a própria sociedade nos direcionamentos estratégicos do país.

Um comentário:

  1. Rodrigo, parabéns, seu Blog esta cada vez melhor...

    Seu texto é totalmente verdadeiro, pois a educação profissional precisa se transformar para atender esta inovação, ou seja é um cosntante aprender a aprender, assunto bastante discutido em relação a falta de didática e tecnologias na educação.

    Patricia

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